Ontem estivemos no Espaço dos Parlapatões na Praça Roosevelt para assistir ao espetáculo "A Forma das Coisas" que tem a direção de Guilherme Leme. A montagem, com cenografia da talentosa carioca Aurora dos Campos é fundamental para o texto de Neil Labute, que coloca em cena um jovem tímido e aparentemente sem graça que vira alvo de tese de graduação de uma jovem artista. A peça é uma reestreia e continua na cidade até o dia 21 de maio. Embora os principais jornais de São Paulo tenham veiculado a montagem como algo "cabeça" - o que pode parecer chato, mas o Manga indica "A Forma das Coisas" para o público jovem, pois toca em questões interessantes ligadas a arte e sua representação. Afinal, na vida, ousamos em dizer, tudo é representação.
Aurora dos Campos, conversou rapidamente com o Manga e conta um pouco sobre a cenografia do espetáculo. Acompanhe a seguir.
Aurora dos Campos, conversou rapidamente com o Manga e conta um pouco sobre a cenografia do espetáculo. Acompanhe a seguir.
Em "A Forma das Coisas" , destaque para os totens, objetos fundamentais de uma cenografia enxuta e funcional
Aurora, como começou na cenografia e quais as principais experiências deste início?
Sou formada em cenografia pela UniRio, durante o período de faculdade trabalhei como assistente dos cenógrafos Sergio Marimba, Lidia Kosovski e do artista plástico Afonso Tostes. Com cada um deles e com os trabalhos que fizemos aprendi bastante - especialmente por ter experimentado trabalhar não só com cenografia para teatro, mas com exposições, shows e direção de arte. A forma das coisas foi um trabalho importantíssimo para mim, a partir do resultado e de sua repercussão muitas portas se abriram.
Tenho um gosto bastante eclético e costumo valorizar coisas bastante variadas com mesma intensidade e entusiasmo. Será que posso dizer que a natureza, a praia, as cores, a arquitetura, o sol, a rua, coisas pequenas que percebo por aí são minhas referências? Ou seriam inspirações? Posso citar como referências: Anish Kapoor, Brigida Baltar, Woody Allen, Trufaut, Josef Svoboda,Hélio Oiticica,a Bauhaus, Olafur Eliasson, James Turrell, Burle Marx, entre outros.
A cenografia de "A forma das Coisas" foi elogiada por alguns críticos do Rio de Janeiro. Além de começar a ver reconhecido seu trabalho, o que acha que chamou a atenção?
Eu acho que o trabalho chamou atenção, pois ficou bem amarrado. A cenografia ajudou na construção da trama, além de resolver, de forma eficiente e dinâmica, os 10 lugares com as composições de totens. Há também os objetos essenciais que vão sendo deixados no espaço e que constroem aos poucos a última cena da exposição, onde a estudante de arte expõem sua obra viva, que foi sendo "moldada" nas cenas anteriores.
Comumente como começa a trabalhar a cenografia para um novo projeto?
Geralmente começo pelo texto, com a leitura. Tenho sensações que depois me ajudam nas escolhas.
Como foi o processo de criação da cenografia de A forma das Coisas?
O processo foi rápido e intenso, tínhamos um mês para criar tudo. Fui bastante aos ensaios, troquei muitas idéias com o Guilherme Leme. Foi bastante divertido, a equipe ótima e as coisas fluíram bem. Lá mesmo, no espaço de ensaio, tínhamos uns totens, "lixo cenográfico", deixadas por outras produções, que pudemos usar e experimentar nas composições.
A cenografia de "A forma das Coisas" foi elogiada por alguns críticos do Rio de Janeiro. Além de começar a ver reconhecido seu trabalho, o que acha que chamou a atenção?
Eu acho que o trabalho chamou atenção, pois ficou bem amarrado. A cenografia ajudou na construção da trama, além de resolver, de forma eficiente e dinâmica, os 10 lugares com as composições de totens. Há também os objetos essenciais que vão sendo deixados no espaço e que constroem aos poucos a última cena da exposição, onde a estudante de arte expõem sua obra viva, que foi sendo "moldada" nas cenas anteriores.
Comumente como começa a trabalhar a cenografia para um novo projeto?
Geralmente começo pelo texto, com a leitura. Tenho sensações que depois me ajudam nas escolhas.
Como foi o processo de criação da cenografia de A forma das Coisas?
O processo foi rápido e intenso, tínhamos um mês para criar tudo. Fui bastante aos ensaios, troquei muitas idéias com o Guilherme Leme. Foi bastante divertido, a equipe ótima e as coisas fluíram bem. Lá mesmo, no espaço de ensaio, tínhamos uns totens, "lixo cenográfico", deixadas por outras produções, que pudemos usar e experimentar nas composições.
Num espetáculo como este, que é pautado num uso preciso dos objetos, qual a relação do seu trabalho com a iluminação?
É essencial, gosto do trabalho do Maneco Quinderé (que fez nossa luz), ele costuma ser bem preciso em suas luzes. O espetáculo tem uma edição bastante cinematográfica, então as luzes foram pensadas para cada cena como um quadro. A área de cena foi divida em duas partes: um quadrado cinza de seis metros quadrados, onde se passa as cenas e uma faixa preta nas laterais e fundo onde os objetos vão sendo depositados. As luzes se modificam de cena para cena na área cinza e pontuam delicadamente os objetos que vão sendo deixados na faixa.
Em poucas palavras a cenografia de "A Forma das Coisas" é...
Acho que é um belo trabalho, pois de maneira simples e rápida construímos e desconstruímos cenários aos olhos do público.
Fotos de Bruno Autran
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