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COMO SE TORNAR UMA SUPER MÃE EM 10 LIÇÕES

Dia das mães está chegando e aproveitando esta data tão bacana recomendo uma boa comédia em cartaz na cidade que é baseada no best seller Manual da Mãe Judia, de Dan Greenburg, que vendeu mais 2,5 milhões de exemplares só nos EUA. O texto foi adaptado para o teatro e alcançou grande sucesso nas montagens realizadas em outros países. No Brasil a peça foi montada na década de 90 por Wolf Maya, com Eva Todor e Daniel Dantas nos papéis principais. 


Como se tornar uma super mãe em 10 lições é uma divertida comédia que pretende dialogar com todas as idades e retrata a grandeza e complexidade desta que é uma das mais árduas artes da natureza humana: A arte de ser mãe, ou melhor, da tentativa das mulheres por se tornarem super mães.


A peça, traz um elenco experiente e que já têm longa estrada quando nos referimos a comédia. Contada a partir das lembranças de Daniel (Danton Mello), típico judeu e bom filho, que tenta ministrar uma palestra no dia em que recebe um importantíssimo prêmio de “algebrologia sintagmática”. Na primeira fila do auditório está sua mãe (Ana Lucia Torre), que o interrompe a todo o momento. Após diversas investidas da mãe protetora, ele resolve então contar sua história e as consequências da educação de uma mãe superprotetora.


Dessas lembranças também surgem Papa (Ary França), um pai apático, que nunca fala, apesar de estar sempre presente, e Annete (Flavia Garrafa), a irmã que se recente pela atenção da mãe ser quase toda voltada ao filho homem, mas que acaba por se tornar uma típica mãezona quando cresce. Há também um médico psiquiatra - namorado de Annete, duas namoradas de Daniel e um casal de amigos judeus, mais velhos, todos interpretados pela dupla de atores Flávia Garrafa e Luciano Gatti.


Apesar de não ter assistido a montagem de Wolf Maya, o diretor Alexandre Reinecke lembra-se do estrondoso sucesso. Para ele, faz parte da história da dramaturgia falar de mães superprotetoras e problemas de família. “Esta é uma peça divertidíssima e extremamente atual que sempre é montada pelo mundo, pois apesar de ser calcada numa típica família judia e seus chavões, fala um pouco de cada um de nós - nossas carências, medos, desejos e consequências do modo como fomos educados”, afirma Reinecke. E completa: “a superproteção é o grande perigo do ato de educar, agora e sempre, pois quando nos pegamos protegendo um filho de tudo e de todos, corremos o risco de vê-los crescerem inseguros, tímidos e despreparados para o mundo lá fora, cada vez mais competitivo e egoísta”.




Ana Lucia Torre já conhecia o texto e disse sim ao casamento proposto por Reinecke: “o Alê, me propôs esse casamento gostoso, que já existia entre diretor e atriz por termos trabalhado juntos duas vezes. Eu adoro o texto, disse sim, trocamos alianças e estamos aqui”, conta a atriz que também é produtora associada ao lado de Reinecke e Marcella Guttmann.


“Eu, sinceramente, não me considero uma mãe superprotetora, mas o que fazer se meu filho “NÃO VIVE SEM MIM" e, definitivamente e com toda sinceridade, "ELES NÃO CUIDAM DOS MEUS NETOS COMO ELES MERECEM?”, diverte-se a atriz citando trechos de sua personagem.


A cenografia do espetáculo ficou a cargo do premiadíssimo José de Anchieta, artista pernambucano que iniciou sua carreira no final dos anos 1960.Como cenógrafo e figurinista criou cenários e figurinos para diversas montagens do Teatro do Ornitorrinco: "O Doente Imaginário", de Molière (1989); "Sonho de uma Noite de Verão", de William Shakespeare (1991); "A Comédia dos Erros", de William Shakespeare (1994); "O Avarento", de Molière (1998); "O Marido Vai à Caça", de Georges Feydeau (2006); e "A Megera Domada", de William Shakespeare (2008). Também assinou a cenografia e figurinos dos espetáculos: “Em Família”, de Oduvaldo Vianna Filho, dirigido por Antunes Filho; “Bodas de Sangue”, de Federico Garcia Lorca, dirigido por Antunes Filho; a ópera “O Homem que Confundiu Seu Chapéu com a Sua Mulher”, de M. Neimam; e o musical “José e Seu Manto Technicolor”, de Andrew Loyd Weber, ambos dirigidos por Iacov Hillel. Anchieta coleciona quatro prêmios APCA, dois Mambembe, além do Grand Prix - Triga de Ouro pelo conjunto do trabalho na Quadrienal de Cenografia de Praga. Já os figurinos são da talentosa Renata Young que assina também os figurinos de EQUUS em cartaz no Teatro Folha em São Paulo.

Teatro Gazeta - Avenida Paulista, 900 - Térreo - 700 lugares



Sextas às 21h15 (R$ 50), sábados às 22h (R$ 60) e domingos às 18h (R$ 50)

Informações: 3253.4102 - Bilheteria: de terça a quinta e domingo, das 14h às 20h. Sexta e sábado das 14h às 22h.
Aceita cartões de débito e dinheiro. Cartão de crédito somente pelo site ou telefone.
Estacionamento: convênio com MultiPark (Rua São Carlos do Pinhal, 303 - subsolo do teatro. R$ 12. Ou Av. Paulista, 867 (com selo do Teatro) R$ 12
Vendas:www.teatrogazeta.com.br e 4003.1527
Duração: 80 minutos / Recomendação: livre / Comédia
Até 26 de agosto.

Fotos João Caldas

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