O livro "Teatros: uma memória do espaço cênico no Brasil", certamente faz jus à competência e imaginação criadora de Serroni, e ao trabalho de quantos ajudaram a conceber os 88 edifícios aqui em destaque e centenas de outros em registro. Os espaços teatrais do Brasil aparecem pela primeira vez reunidos num livro rico em imagens e em depoimentos esclarecedores. Atendendo o convite de escrever nele, artistas e técnicos da cena (vários dos maiores nomes em diversas especialidades) contribuíram com sua visão pessoal para mostrar o que alguns edifícios representam na vida cultural do país. Desse modo, informalmente e às vezes com a emoção própria de seu pendor criativo, participaram da organização de um documento para a história, destinado a ser obra de referência de quantos a partir de, se interessarem pela atividade e pela arquitetura das casas de espetáculo.
Dessas, 88 são reportadas em significativos aspectos iconográficos, resultado de criterioso trabalho de levantamento documental, e centenas de outras têm seu registro com dados básicos, além de, eventualmente, "verbetes" mais extensos.
Todos os estados brasileiros estão representados, às vezes por teatros que, embora sem manter na atualidade uma programação instigante e contínua, são símbolos da arquitetura da cidade e marcos históricos.
Outros espaços são mostrados "por sua importância formadora e fomentadora no teatro brasileiro". Alguns não se destacam pela arquitetura (o Arena Eugênio Kusnet de São Paulo, o Tablado do Rio de Janeiro), mas pelo brilhante "currículo" de serviços prestados. Há os que foram palco de festivais de teatro amador - e, claro, também os de reconhecida grandiosidade histórica e arquitetônica: os teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Amazonas, em Manaus, o da Paz, em Belém, o José de Alencar, em Fortaleza, o Santa Isabel, em Recife, e o São Pedro, em Porto Alegre.
"Indo em busca de duas barricas e uma tábua, ou de quatro paredes abstratas de uma caixa negra, o importante é buscar sempre a essência do teatro", diz J.C. Serroni, arquiteto, cenógrafo e autor do livro que se propõe exatamente como contribuição à busca essencial da grande arte cênica.
O livro foi publicado no final do ano de 2002 pela Editora Senac. Além de textos feitos por especialistas na área, ele contêm dezenas de depoimentos de atores, diretores, cenógrafos e técnicos sobre os teatros e suas preferências. Um levantamento minuncioso está organizado na suas 370 páginas e chega a quase 1000 teatros.
Em homenagem ao Festival de Teatro de Curitiba, abaixo, imagem do Teatro ÓPERA DE ARAME
O projeto é do arquiteto Domingos Bongestabs, professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR e foi construído no local onde antes funcionava uma pedreira. Tem capacidade para 2.400 espectadores e um palco de 400m². Na inauguração, o teatro recebeu o espetáculo “Sonho de uma noite de Verão” do Grupo Ornitorrinco.
Ópera de Arame fica na rua João Gava, bairro do Pilarzinho – Curitiba – PR.
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