No domingo dia 20, o Manga teve o prazer de assistir ao espetáculo solo de Ângela Mourão e direção de Marcelo Bones, Olympia. A montagem estreou em 2001 na cidade de Belo Horizonte e vem se apresentando em festivais e mostras pelo Brasil e exterior.
Olympia se baseia na história da andarilha mais famosa do Brasil, que nas ruas de Ouro Preto, encantava turistas, artistas e moradores da cidade contando à sua maneira, histórias do Brasil, de Ouro Preto e de Minas Gerais. Conheceu muita gente importante, tinha amigos famosos como Vinícius de Morais, Rita Lee e Juscelino Kubitschek, além de anunciar que era noiva de Dom Pedro II, amante de Chico Rei e amiga de Tiradentes.
A montagem, além da excelente atriz e da direção presente, possui uma cenografia pautada em poucos elementos, mas que são verdadeiras jóias. Logo no início, uma arca, misto de oratório e caixa de memórias se ilumina e envolta em tecidos desbotados, aparece a personagem. O grande baú permanece aberto durante quase todo o espetáculo, como relíquia, algo sagrado, garantindo a Olympia segurança para apresentar partes de sua bela história. Outros adereços, repletos de sentido, são os cajados que estão no chão e que depois de servirem de apoio à personagem são dispostos em quatro pontos do palco, como se ilustrassem a compreensão que a personagem tem a respeito de si e daquele território. Há ainda chapéus, xales, flores, cada peça cuidadosamente elaborada e com um tratamento que intensifica o universo de Olympia. É vísivel o quanto cada peça é impregnada de memória. São peças, customizadas, envelhecidas e bordadas que ao mesmo tempo conseguem ser sofisticadas na construção e popular na comunicação. A cada espetáculo Olympia pede à plateia um presente, algo simples, qualquer coisa, mas que possa ficar com ela. Ao final, somos surpreendidos com centenas de objetos que são tirados de sua cesta e dispostos um a um sobre o palco, objetos que agora se misturam a história daquela mulher.
Acompanhe abaixo a entrevista com a atriz Ângela Mourão que conversou com o Manga após sua apresentação na Mostra Novelas Curitibanas que tem a curadoria de Chico Pelúcio.
Fotos de Alexandre D'Angeli
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